A psoríase é uma doença de pele bastante comum, crônica e autoimune, que se caracteriza por lesões avermelhadas e descamativas de pequenas feridas localizadas até o comprometimento de toda a pele.
É uma doença eritemato-escamosa de evolução crônica que apresenta períodos indeterminados de remissão, ou seja, é cíclica, pois apresenta sintomas que desaparecem e reaparecem periodicamente, podendo em alguns casos, ocorrer o comprometimento articular. Sua causa é desconhecida, mas estudos recentes demonstram a influência do sistema imunológico na evolução da psoríase associada às interações com o meio ambiente e à suscetibilidade genética.
Embora sua causa seja ainda desconhecida, é importante ressaltar que a psoríase não é contagiosa. Para expressão ou agravamento da doença é necessário que o indivíduo geneticamente suscetível sujeite-se a ação de fatores do meio ambiente, tais como infecções resultantes de diversos agentes (bactérias, fungos e vírus), uso de determinados medicamentos, traumas físicos e estresse psíquico.
As leões eritemato-escamosas, típicas da psoríase, podem ou não ser pruriginosas, além de causar queimação. Elas apresentam limites precisos e tamanhos que variam desde alguns milímetros até grandes placas. As lesões podem localizar-se em apenas uma ou duas áreas do corpo, ou então serem generalizadas.
– Psoríase em placas ou vulgar: manifestação mais comum da doença. Forma placas secas, avermelhadas com escamas prateadas ou esbranquiçadas. Essas placas coçam e, algumas vezes, doem, podendo atingir todas as partes do corpo, inclusive genitais. Em casos graves, a pele em torno das articulações pode rachar e sangrar;
– Psoríase ungueal: afeta as unhas das mãos e dos pés. Faz com que a unha cresça de forma anormal, engrosse, escame, mude de cor e até se deforme. Em alguns casos, a unha chega a descolar do leito ungueal;
– Psoríase do couro cabeludo: surgem áreas avermelhadas com escamas espessas branco-prateadas, principalmente após coçar. O paciente pode perceber os flocos de pele morta em seus cabelos ou em seus ombros, especialmente depois de coçar o couro cabeludo. Assemelha-se à caspa;
– Psoríase gutata: geralmente é desencadeada por infecções bacterianas, como as de garganta. É caracterizada por pequenas feridas, em forma de gota no tronco, nos braços, nas pernas e no couro cabeludo. As feridas são cobertas por uma fina escama, diferente das placas típicas da psoríase que são grossas. Este tipo acomete mais crianças e jovens antes dos 30 anos;
– Psoríase invertida: atinge principalmente áreas úmidas, como axilas, virilhas, embaixo dos seios e ao redor dos genitais. São manchas inflamadas e vermelhas. O quadro pode agravar em pessoas obesas ou quando há sudorese excessiva e atrito na região;
– Psoríase pustulosa: nesta forma de psoríase, podem ocorrer manchas, bolhas ou pústulas (pequena bolha que parece conter pus) em todas as partes do corpo ou em áreas menores, como mãos, pés ou dedos (chamada de psoríase palmoplantar). Geralmente, se desenvolve rápido, com bolhas de pus que aparecem poucas horas depois de a pele tornar-se vermelha. As bolhas secam dentro de um dia ou dois, mas podem reaparecer durante dias ou semanas. A psoríase pustulosa generalizada pode causar febre, calafrios, coceira intensa e fadiga.
– Psoríase eritodérmica: é o tipo menos comum. Acomete todo o corpo com manchas vermelhas que podem coçar ou arder intensamente, levando a manifestações sistêmicas. Ela pode ser desencadeada por queimaduras graves, tratamentos intempestivos (como uso ou retirada abrupta de corticosteróides), infecções ou por outro tipo de psoríase mal controlada;
– Psoríase artropática: além da inflamação na pele e da descamação, a artrite psoriática, como também é conhecida, causa fortes dores nas articulações. Afeta mais comumente as articulações dos dedos dos pés e mãos, coluna e juntas dos quadris e pode causar rigidez progressiva e até deformidades permanentes. Também pode estar associada a qualquer forma clínica da psoríase;
Ressaltar que fatores como estresse, uso de medicamentos (betabloqueadores, antimaláricos, lítio e anti-inflamatório) e infecções estreptocócicas podem desencadear ou exacerbar a doença. A higiene corporal deve ser feita diariamente com sabonete hidratante, evitando temperaturas extremas. Manter as unhas limpas e aparadas, conservar a pele hidratada por meio de aplicação de óleo mineral, com a finalidade de diminuir o ressecamento e prevenir fissuras. Aplicar diariamente emolientes nos lábios, observar a drenagem de secreção no conducto auditivo ou diminuição da acuidade auditiva, principalmente nos casos de psoríase eritodérmica. Observar ardência, presença de hiperemia e/ou secreção conjuntival.
Um estilo de vida saudável pode ajudar na diminuição da progressão ou melhora da psoríase, mas pessoas que possuem histórico familiar da doença devem ter atenção redobrada a possíveis sintomas. É importante estar atento aos sinais como: manchas vermelhas com escamas secas esbranquiçadas ou prateadas; pequenas manchas brancas ou escuras residuais pós lesões; pele ressecada e rachada; às vezes, com sangramento; coceira, queimação e dor; unhas grossas, sulcadas, descoladas e com depressões puntiformes; inchaço e rigidez nas articulações.
O tratamento é feito com o grau de envolvimento, as regiões acometidas, o padrão de distribuição e a variedade clínica apresentada, além do estado clínico do paciente, que exige uma avalição minuciosa, principalmente na forma grave ou generalizada.
Hoje, com as diversas opções terapêuticas disponíveis, já é possível viver com uma pele sem ou quase sem lesões, independentemente da gravidade da psoríase. O tratamento é essencial para manter uma qualidade de vida satisfatória. Nos casos leves, hidratar a pele, aplicar medicamentos tópicos apenas na região das lesões e exposição diária ao sol, nos horários e tempo adequados e seguros, são suficientes para melhorar o quadro clínico e promover o desaparecimento dos sintomas. Nos casos moderados, quando apenas as medidas acima não melhorarem os sintomas, o tratamento com exposição à luz ultravioleta A (PUVA) ou ultravioleta B (banda estreita) em cabines faz-se necessário.
A psoríase pode ter um impacto significativo na qualidade de vida e na autoestima do paciente, o que pode piorar o quadro. Assim, o acompanhamento psicológico é indicado em alguns casos. Outros fatores que impulsionam a melhora e até o desaparecimento dos sintomas são uma alimentação balanceada e a prática de atividade física.
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